Reunião de Grupos Focais
O projeto de Cooperação Triangular Urbana reuniu diferentes setores (público, privado, universidades, e da sociedade civil organizada) através de uma série de eventos e entrevistas. A partir desses contatos uma lista de atores relevantes foi criada para compor Grupos Focais em cada cidade da tríplice fronteira (Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazu). Em cada uma delas foi realizada uma reunião com pessoas-chaves, com objetivo de levantar dados e pensar conjuntamente estratégias de adaptação que aumentem a resiliência dos municípios em relação às mudanças climáticas.
Nota publicada na Gazeta de Foz
GRUPO FOCAL PUERTO IGUAZÚ
Terça, dia 02 de maio de 2017, ocorreu a primeira reunião do grupo focal de Puerto Iguazú no Auditorio ITUREM, com a participação de 04 pessoas provenientes de diversos setores da cidade: Claudio Salvador, radialista, trabalha com comunidades indígenas em Puerto Iguazú, José Ignacio Molina, integrante do Escritório de Jovens da Prefeitura de Puerto Iguazú, Ángel Sosa da Prefeitura de Puerto Iguazú e Juan Garibaldi do Ministério de Ambiente.
Na reunião surgiram temas como a necessidade de realizar um ordenamento territorial evitando ocupações irregulares nas margens dos rios e definindo zonas econômicas específicas nas quais participem as comunidades afetadas. Foi ressaltada a necessidade de evitar a perfuração de poços irregulares. Realizar estudos e levantamentos de dados do município e criar sistemas de informação e fóruns de intercâmbio. Melhorar o sistema de manejo de resíduos e investir em obras de saneamento (abastecimento de água e sistemas de esgoto). Incentivar o desenvolvimento da agroecologia e da agricultura familiar na região. Criar políticas de reparação para as empresas cujas atividades tenham custo ambiental. Incentivar as construções de baixo consumo. Diversificar a matriz energética. Nos bairros mais vulneráveis fomentar a substituição por telhas de materiais mais resistentes.
No que se refere à cooperação, se falou sobre a necessidade de articular os projetos já existentes na região e desenvolver a paradiplomacia, de modo que as cidades possam cooperar mais diretamente.
GRUPO FOCAL FOZ DO IGUAÇU
Na quarta, dia 03 de maio, se realizou a reunião do grupo focal de Foz do Iguaçu na Sala de Reuniões do COMTUR (Conselho Municipal de Turismo). Participaram desta reunião Francisco Namiuchi, da ACIFI; Rubens de Sousa Andre, representando a Itaipu Binacional; Evaldo Monteiro Guimarães, pela Defesa Civil - Secretaria Municipal de Segurança Pública; Thais Kelm e Elias Bispo dos Santos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Luciane P. Santos e João Miranda, da Câmara Municipal de Vereadores.
Durante a reunião foram discutidos problemas existentes na cidade, tais como as moradias irregulares nas margens de ríos e a falta de planejamento, especialmente em relação a possíveis desastres climáticos. Comentou-se não haver gestão de resíduos recicláveis eficaz e capaz de atender a toda a cidade, bem como a falta de corpo técnico especializado dentro do serviço público do município. Também se mencionou que a rede de drenagem existente não suporta as precipitações que ocorrem na região e que além disso não existe mapeamento da rede, o que dificulta analisar os pontos críticos da cidade e implementar melhorias. Durante os vendavais recorrentes na cidade, cai grande quantidade de árvores. Atualmente não há um plano de arborização urbana nem fiscalização eficiente para monitorar e evitar essas quedas durante os eventos climáticos.
O grupo tratou também de possíveis soluções para todos estes problemas, assim como do custo-benefício que trariam à cidade.
GRUPO FOCAL CIUDAD DEL ESTE
Na quinta, dia 04 de maio, na Prefeitura de Ciudad del Este, se reuniram Carlos Jorge Vera, Presidente da Cruz Vermelha Paraguaia; Magda Gómez, Diretora Executiva do Conselho de Redução de Riscos e Resposta; Zunilda Ercira, do Bairro San Rafael; Juan Coceres, da Prefeitura de Ciudad del Este; Gervasio Acosta, do Corpo de Bombeiros Voluntários da cidade.
Nesta reunião foram abordados temas de interesse para a cidade, como a necessidade de elaborar um plano de desenvolvimento, desenhar um sistema de drenagem, construir casas multifuncionais e esclarecer a comunidade, através das escolas e igrejas. Buscar o apoio dos meios de comunicação para chegar a maior parte da população. Também se mencionou buscar meios de substituir materiais de construção, buscar ou desenvolver materiais mais resistentes. Incorporar equipamento para combater incêndios e a necessidade de que a prefeitura tenha fundos próprios para enfrentar aos desastres.
No que tange à cooperação, formalizar a existente com as cidades vizinhas.
COOPERAÇÃO
Após a reunião de cada grupo focal, foi realizado um encontro com o conjunto destes atores sociais para que pudessem intercambiar informações e elaborar estratégias de cooperação entre as cidades, tendo por objetivo comum criar cidades resilientes ao clima.
Esta reunião ocorreu na sexta, dia 05 de maio, na Sala de Reuniões do COMTUR, com participantes de Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu. Infelizmente a delegação de Ciudad del Este não pode participar. Estiveram presentes representando Puerto Iguazú Analia Bardelás, do Centro de Investigación del Bosque Atlántico (CEIBA); Walter Bareiro, Subdiretor da Defesa Civil, Chefe dos Bombeiros Voluntários de Puerto Iguazú; Jorge Florentín, Presidente do CODESPI. Representando Foz do Iguazú, Evaldo Monteiro Guimarães, da Defesa Civil de Foz do Iguaçu; Irene Carniato, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE); o Major Rogério L. de Araújo, do Corpo de Bombeiros / Defesa Civil – Cascavel/PR; o Capitão Eduardo Castro, da Defesa Civil / Corpo de Bombeiros de Foz do Iguaçu; Elsidio Emílio Cavalcante, da Secretaria Municipal de Planejamento; Luciane P. Santos e João Miranda (vereador) da Câmara Municipal de Vereadores; Paulo Gatine, da Ouvidoria Geral - Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu; e Jihad Abu Ali, da Diretoria de Assuntos Internacionais.
Os problemas comuns encontrados foram: moradias irregulares e sem fiscalização, a necessidade de reacomodar essas famílias, a vulnerabilidade social e das edificações, a dificuldade de comunicação entre a Defesa Civil/Bombeiros e a população, e, sobretudo, a falta de comunicação entre as três cidades em todas as áreas.
As propostas foram: integrar e unificar campanhas educativas, compartilhar experiências, elaborar estratégias específicas para os diferentes grupos sociais, realizar planejamento integrado, formar grupos de trabalho com os atores e técnicos das três cidades incluindo pessoas chaves (tomadores de decisão) e inclui-las nas câmaras técnicas dos conselhos.
As soluções propostas se baseiam em integrar os dados das 03 cidades, criar sistemas para melhorar a difusão de alertas de desastre, educar a população em geral para que saibam como atuar em casos de alertas e eventos extremos. Além disso, formalizar canais de intercâmbio de informação entre as cidades e melhorar a estrutura da cidade. Integrar os organismos de Defesa Civil das três cidades de maneira formal e comprometida. Integrar os Centros de Medicina Tropical. Criar um fundo para resiliência das cidades para investir em infraestrutura, principalmente nos sistemas de drenagem e na construção de casas para reacomodar as famílias em estado de vulnerabilidade. Ressaltou-se a necessidade realizar um planejamento integrado entre as cidade , criar um conselho trinacional de Defesa Civil, criar nos conselhos as câmaras trinacionales e uma específica para as mudanças climáticas.